quarta-feira, 8 de julho de 2009

Sunday

sunrise
sundial
sunblind
sunshine
sunflower
sundial
sunny day
sunburn
sunglasses
sunbeam
sundial
sunset

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Murphy

A Nanda diz que sou a maior seguidora de Murphy - o que em tese é verdade. Bem, isso acontece porque tenho provas (não) tão concretas de sua veracidade. Não, não. Na verdade estou revoltada. Comprei um MP3 um tempo atrás e ele parou de funcionar, assim, do nada. Aí entrei na onda dos MP4. E ele também parou de funcionar. Travou, fez greve ou sei-lá-o-quê. Lá se foram meses de download e álbuns que eu nem sei mais se encontrarei um dia. Oh! Céus! Aí eu pensei que pelo menos tinha o rádio pra escutar música. Que inferno! Dois dias depois do MP4 infartar, o rádio teve uma parada cardiorespiratória e está lá, em coma. O técnico diz que não tem jeito. O caso é partir pra eutanásia. Aiai.
E tem a história do DVD. Meu pai nunca quis comprar um aparelho de DVD, porque não queria gastos com locadora e blá. Até que eu convenci minha mãe de comprar um, mesmo ele não querendo. Ah! Felicidade dura pouco. Uma semana depois a TV queimou. Fiquei sem TV e com aparelho de DVD. Incrível.
Bem, depois de ser cobaia das Leis de Murphy, decidi que, se o computador queimar, travar ou entrar em greve, eu iria fundar uma religião, dizendo que o anjo Gabriel apareceu pra mim, assim como apareceu pra Maomé, Fulano, Maria e Ciclano. Ia dizer que o anjo Gabriel me revelou que Deus já perdeu o positivismo e que, se algo pode dar errado, dará! E da pior forma possível. Eu seria a primeira profeta mulher da história, entraria para o Guinnes e para o Guia dos Curiosos. Eu seria famosa!
Mas meus planos foram frustados! ahh! Descobri que, na verdade verdadeira, existe a tal da obsolescência programada. Droga! Não adianta, não tem como fugir.
Lembre-se: se algo pode dar errado, com toda a certeza, dará! Muhahaha.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Ah!

É Férias! :D

terça-feira, 30 de junho de 2009

Poesia

É que nem festa:
uma bagunça arrumada
e que ninguém entende nada.

domingo, 28 de junho de 2009

Chuva

As gotas então
Tudo tateiam, quietas
Triste turbihão.




sexta-feira, 26 de junho de 2009

Verão

Lá, o sol arde
Verão tá no coração.
Pra quê alarde?Sower, Van Gogh.

Pump

Sorriso banguela
É feliz e como se diz:
Preta e amarela.
Só porque dormimos a tarde toda juntas. c:

Primavera

A borboleta
Fareja a flor e beija
Tão espuleta!

Foto: Renata Broder

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Doce futuro

Ontem de noite eu e minha mãe planejamos nosso futuro. Se o leitor bobão do outro lado da telinha não sabe - o que eu duvido - a pessoa que escreve essas bobagens, sonha desde que era pirralinha, estudar e se formar bióloga. Não sei se sigo educação ambiental ou biologia marinha (ou se concilio os dois), mas é fato que teria muito prazer em trabalhar e morar em Fernando de Noronha e, me pergunto meio ingênua, quem não teria.
Já está combinado: minha mãe sendo enfermeira, conseguirá um emprego num piscar de olhos. Eu, formada em biologia, a gente nem entra na questão. Meu pai é milico: logo, trabalha na defesa do território nacional: resolvido. A ocupação da Mumu terei de explicar melhor: o preço de um botijão de gás na ilha custa aproximadamente R$70, com uma margem de erro para mais, nunca para menos. Achamos a solução: utilizamos as fezes das aves para produzir biogás e é aí que a Mumu entra na história. Ela será presenteada com uma pá e um balde para recolher os cocôs das aves. Pronto! Todos os nossos problemas resolvidos!
Já tá combinado. Eu e mamãe acordaremos cedo pra contar os golfinhos e almoçaremos juntas.
Mas, como existe limite para o número de pessoas em Fernando de Noronha, vamos organizar uma máfia: a máfia alemã gaúcha de São Paulo a caminho de Noronha. Teremos de nos livrar, ou melhor, apagar uns caboclos. E os planos já estão quase concluídos, faltando alguns detalhezinhos sem importância: precisamos de aviões e embarcações, mas isso a gente arranja. Depois de apagar os Noronhenses, Carpe dien! Estaremos em casa.
Agora é só esperar uns 5 anos pra eu começar e terminar a faculdade: tempo que será aproveitado para organizar tudo o que precisamos. Ah! Se alguém quiser estadia nas férias, estarei aberta para negócios. E lembre-se: amigos, amigos, Fernando de Noronha a parte.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Saudade

Só chocolate
e o frio acaba em arrepio
Quero mais é mate.

sábado, 20 de junho de 2009

Vestibular

A borboleta voou e
parou.
Bem no lustre da universidade.
Acho que ela também quer brilhar.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Vou-me embora pra Paris

Pra fugir desses Brasis

sábado, 6 de junho de 2009

Espinhas

Elas aparecem aos montes uma vez por mês. Num período complicadinho, a tal da ovulação e permanecem, parece que não querem ir embora. Podem se assemelhar a um cultivo, monocultura de espinhas, como diz a Little. Mas de verdadinha, não passa de uma conferência desgraçada.

- Declaro aberta a Conferência mensal das criaturas acnosas. Quem será o primeiro a se pronunciar?
Ninguém percebeu que os cravos entraram na reunião, afinal, são mestres na arte de camuflagem. É quase impossível saber se é cravo ou sarda. Terrível!
- Acho que a espinha-mor deve começar. - Diz um cravinho do nariz.
- Então, o que será esse mês? Um interna no nariz? Ou quem sabe no couro cabeludo?
- Algumas conseguiram se adaptar ao ambiente capilar, estão tocando o horror. Uma evolução fantástica!
Até que entra um pelotão de dar medo na parada:
- Todos têm de admitir que o terror somos nós! As amarelas purulentas! Muhahaha! Faz aquela paquera de semanas ir embora num piscar de olhos! Ou melhor, numa simples explosão de substância amarelada rica em pedaços de bactérias e anticorpos! Muhahaha!
- Vamos parar de discutir quem é o pior? Temos um assunto de extrema importância! A dona desse rosto resolveu usar Peróxido de Benzoíla, conhecido como Acnase. É uma ameaça gigantesca a nossa soberania!
- E não esqueçam que nosso reino absoluto só existe na puberdade! Muitas de nós serão dizimadas ao final desse período que logo acabará!

Depois dessas palavras, não consegui ouvir mais nada. Descobri uma espinha dolorida bem na testa. Oh, que tortura! As danadas sabem como se defender. Elas podem estar tramando agora, agorinha mesmo. Acho que vou ir passar Acnase.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Abaixa aí!

Pobre deveria ser proibido de ter rádio. É uma boa proposta para projeto de lei. Ou melhor, pobre não, mas qualquer ignorante que não saiba escutar música.
Faz cinco dias que tô escutando as músicas do vizinho: gospel. Mas é tão alto, tão alto, que não adianta fechar a casa e ligar o rádio. Se eu, pobre mortal não aguento mais ouvir essa música, imagina Deus que é todo poderoso, que tudo ouve e tudo vê! Ele deve estar louco, pirado na batatinha.
Resolvi fazer uma promessa - e olha que eu nem sou católica: "Se eu nunca mais ouvir música gospel na minha vida eu vou..." Aí mudei de idéia. Deus nem vai me ouvir, deve estar com plugs para bloquear a música, ou mesmo sem eles, o volume é tão alto que nem daria pra escutar.
O problema não é o gosto musical, mas sim o incômodo. Eu tenho que estudar, ou quero dormir, ou simplesmente dar um tempo pra minha cabeça, mas não. A música está lá, ou pensando bem, aqui. Eu não fico ouvindo Zé Geraldo ou Raul Seixas com esse volume absurdo. Mas, fazer o quê.
Duma hora pra outra, como que por encanto, a música parou. Mas nem tive tempo de comemorar. O outro vizinho soltou sua música de cachorras, gatinhas e popozudas. Não sei o que é pior, funk ou gospel.
Eu e minha irmã estamos tramando planos pra estragar o rádio do vizinho ou cortar a energia elétrica. Uma hora dessas, a revolta vai ser tão grande que colocaremos em prática. É questão de tempo. E volume.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

As flores

A menina, pequenina,
conta as flores roxas
espalhadas pelo corpo.
Flores que se tornam verdes
e que somem lentamente.
Sem perfume, sem beleza.
Flores com espinhos invisíveis
Invisíveis, mas grandes.
Flores plantadas a força
por um tal de jardineiro.
Que todos os jardineiros
plantem flores de verdade.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Beijo

E aconteceu o primeiro beijo, assim, como todos os primeiros beijos.

Ele: E aí, o que você achou?
Ela: Bem, nós trocamos mais de 8 milhões de bactérias (até dá pra pegar meningite, doenças respiratórias, laringite...) e a sua saliva vai ficar no meu organismo- e a minha no seu - por uma semana. É... até que foi romântico.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Expressões

Meu Santo XxXx! - A escolha do santo fica de acordo com a fé. Tem santo para cada situação, então é sempre bom saber coisas básicas, do tipo: que santo é bom pra febre, atraso nas contas, filha grávida, marido que trai, comida queimada... Só o básico.
Meu Deus! - Apelo direto ao altíssimo. Só a força maior pra dar jeito na situação. Mas tem gente que usa pra qualquer coisa: "Meu Deus! Como aquela mulher é feia!" Tenha dó, incomodar o Cara lá de cima, cheio de problemas com os governantes, o lixo produzido, as criancinhas na África e o cabelo de não-sem-quem que não toma jeito por causa de uma mulher feia?
Jesus! - Usada quando se quer invocar o alto, pulando a burocracia de santos, anjos e seguranças, chegando direto ao vice-presidente.
Minha Nossa senhora! - Para uma situação crítica mesmo. Só a mãe do vice pra puxar a orelha do Cristo e agilizar as coisas.
Céus! - Quando a coisa tá preta. Só santo não resolve, ou Deus ou Jesus. Tem que ser todo mundo junto. Alguma missão impossível.
Mas Bah! - Usado muito no RS, é a forma abreviada de "Mas que barbaridade!".
Puta que pariu! - Eu acho que, na verdade, o correto é falar "Puta que o pariu". Só não entendo porque chamar a mãe do cidadão de puta. Você quer ofender quem? A mãe, que nem está presente - e pode nem ser prostituta - ou o cara?
Filho da puta! - Idem.
Caramba! - Dizem que vem do espanhol. Confesso que nunca gostei dela e toda vez que ouvia quando criança, chorava. Agora entendo o porquê. É o nome de uma fruta que simboliza o órgão sexual masculino. Dizem que é a forma mais sofisticada de caralho. Bem, acho que não é algo pra se ficar dizendo por aí.
Caraca! - É a maneira mais sutil de dizer caralho. o.O Que absurdo.
Puts grila!- É o mesmo que PQP.
Cruzes! - Bem, invoca a imagem de Cristo na cruz. Acho que só funcionaria com vampiros, mas...

Bem, existem expressões para todos os tipos de pessoas. Meu bisa falava Alaputcha Caramba e tinha mais uma coleção delas para dar e vender. Pena que eu não pude conviver mais com ele e aumentar meu repertório. E, bisa, acho que estou com saudade.

sábado, 24 de janeiro de 2009

O acidente

Porque a gente conhece a pessoa de verdade só depois do casamento, né? A gente acha que conhece, mas depois do casamento, descobre como a pessoa é realmente. Eu sabia que ela era assim... Assim, meio machona. Não, ela não é homossexual e acho que nunca foi. Mas mesmo tendo aquele rostinho lindo, desconfiava - e agora tenho certeza - que ela é mais macho que eu. O senhor, delegado, pode rir. Mas é a verdade. E foi isso que desgastou meu casamento e, bem... Causou o... O... O acidente. Pro senhor ter uma noção, eu tenho mais produtos pra cravos e espinhas do que ela tem pro corpo todo. E acredite se quiser, ela sabe falas do Poderoso Chefão de cor! Sabe de cor! De um filme de machos para machos!
E no tênis de mesa? Tive a infeliz idéia de comprar uma mesa, para jogar com os amigos. Ela jogou e ganhou de todos eles e de mim. De mim! E olha que eu ganhei medalha de ouro no tênis de mesa na quarta série. Ela só tem cara de dondoca. E eu só percebi depois do casamento. Imagina a situação, seu delegado! Você usa as calças na relação e quem manda é a mulher! E ela também gosta de futebol. Nem eu gosto de futebol. Mas até aí, tudo bem. Só que o que aconteceu hoje, bem... Eu me descontrolei. É que... No futebol e no tênis de mesa até vai... Só que ela deu pra jogar vídeo-game comigo. E ela ganhou. Ganhou uma, duas, três vezes. Pra comemorar, deu risada na minha cara. Uma gargalhada, dessas de orgulho, como quem diz: "Na sua cara!". Eu não aguentei e joguei o joystick na cabeça dela. Não aguentei o "há há há!". No vídeo-game, não. Definitivamente não.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Essas idéias

Um casal de namorados conversando num banco de praça. Ela tem 16 e ele, 18 anos.
Ela: Mas o George Clooney não é lindo? É o quarentão mais bonito do mundo.
Ele: Ah, sou obrigado a concordar. Aquele grisalho só nuns fios dá um ar de respeito. Quero ficar como ele.
Ela:Ah! Eu também quero!
Ele: Quê? Você quer ficar como o George Clooney? o.O
Ela: Claro que não! Eu quero que você fique como ele!

Quem não quer um namorado/marido assim? ~

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

A posse do Obama

"Mas que cena estão fazendo! Ele sabe que foi eleito presidente, todo munda sabe que ele é o novo presidente. Pra quê tudo isso? É só dizer pra ele: 'Tu é o novo presidente agora' e acabou. Mas não, tem que ter parada, Capitólio, café como Bush e, por isso, ficam interrompendo meu desenho. Ele é presidente lá, todo mundo sabe que ele assume hoje. Ô, Saco".
- Muryel


segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Vô Currila

- Por que desligou a TV, vô?
- A do Céu tá tendo bebê.
- Mas qual o problema?
- Num gosto disso.
- Mas é só novela, vô. Ela não tá tendo bebê de verdade. Não vai mostrar nada.
- Mas é a representação da realidade. Eu tenho vergonha.
- Vô, o senhor teve 8 filhos e teve que vê-los nascer.
- Ah, mas tenho vergonha.
- Tem vergonha de ver o filho nascer, mas de fazer não teve vergonha, né vô?
- ...

~Lagoinha.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Férias

Férias do povão é o que a minha mãe chamaria de programa de índio. E, de muitas formas, ela tem razão. Olha só:
• Na estrada, a gurizada do banco detrás não usa cinto de segurança. Parece que os pais não estão preocupados com o pára-brisa do carro. Devem ter dinheiro pra esbanjar pra trocá-lo quando, numa freiada brusca, as crianças vierem a dar de testa com o vidro e ele se espatifar. Bem, se tem dinheiro, um pára-brisa a mais, outro a menos... Que diferença faz?
• Toda pessoa bem educada tem a mania de jogar embalagens, latinhas, papel e o que der na telha pela janela do carro. Fazem isso para evitar o incômodo que a sacolinha com lixo causa. E o governo paga – logo, eu pago – os garis, aqueles de laranja, para varrerem a estrada. Sem contar que os animais que vivem nas florestas próximas vão ter com o que se divertir, como aquele quati que entrou no pote de maionese e teve de ser resgatado. Que resgatado, o quê! Ele tava brincando de esconde-esconde!
• Hora de ir pra praia. Uma caixa de isopor para os sanduíches e outra para a cerveja. Mas é incrível! As latinhas sabem o caminho para ir a praia, mas ignoram o caminho da volta. Elas devem ficar para um luau ou então para tomar sol no dia seguinte e no seguinte e no seguinte... E nos próximos 300 anos. Elas vão ter câncer de pele desse jeito.
• Falando em câncer de pele, o bom turista vai a praia só com protetor solar no nariz. As crianças brincam na areia debaixo do sol a pino. Ignora o horário: “até as 10 da manhã e depois das 4 da tarde”. E turista acha bobeira esse papo de maior incidência de raios UV e aumento dos casos de câncer de pele. Isso é marketing de quem quer vender protetor solar e chapéu.
• E como não tem com quem deixar o cachorro, a solução é levá-lo pra praia! É só colocar o coitado numa coleira, preso ao guarda-sol. A areia quente não queima nada as patinhas dele e nem deve incomodar quando fica no meio do pêlo. Sem contar que essa história de verminose é baboseira, já que o dono do cachorro nunca pegou. Tudo isso é papo de quem não gosta de cachorro, isso sim.
• Na cadeira de praia, curtindo feito couro ao sol, o turista não pode esquecer do camarão frito e da cervejinha. A bebedeira só não começou no carro por causa da lei seca, já que ele é um cidadão responsável. Além de ter insolação, a criatura só come porcaria e desidrata. Afinal, é férias, né?
Farofeiros? Que nada! É tudo gente consciente, cheia de responsabilidade, pronta pra curtir o verão... É... Ou não, né?

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Motivos

- Por que você levou o cachorro?
- Porque eu o atropelei. Tinha que fazer alguma coisa.
- Se você não tivesse levado o cachorro pra casa, provavelmente teria pesadelos e sentiria remorso, não é?
- Sim, provavelmente.
- E se você visse alguém passando fome, daria a ele algo de comer, ajudaria-o. Se não o fizesse, iria para casa também sentindo remorso.
- Acho que sim.
- Então você ajuda por quem? Por eles ou... por você?


~ Estou em Lagoinha. Fui tirar leite de vaca, andar de pés descalços e colher pêra. :D

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

O Poderoso Chefão

Porque a paixão não começou assim, do nada. Na verdade, começou numa conversa. Me disseram que tinha cenas muito boas e que a história era emocionante. Depois veio o Michael Kyle e só depois o livro. Devorei o livro O Chefão em uma semana e acabei comprando um exemplar para mim. Eu tinha de ter a obra-prima do Mario Puzo. Mas só a pouco chegaram os DVDs: 4, para uma trilogia. Presente do namorado.
Estava ansiosa para assisti-los, eu queria isso a muito tempo. E enquanto assistia, agradeci as amebas que num passado distante resolveram se juntar e evoluir, chegando a mim. A mim e ao colega que me falou sobre o filme. Ao Mario Puzo e ao Copolla também. Agradeci por meus pais, afinal, sem eles seria filha de estranhos, e talvez não tivesse as mesmas idéias. Agradeci as antiguíssimas amebas, que formaram médicos e inventaram o sistema imunológico, pois sem eles, eu poderia ter ficado cega ou com problemas mentais quando tive meningite. Ah! E agradeci por simples amebas terem feito um namorado (quase) perfeito. Afinal, sem ele eu demoraria muito mais tempo até alcançar esse momento de glória. Mas agradeci as amebas especialmente por fazerem os homens passarem pela época medieval na Itália e inventarem a máfia. Sem ela, Mario Puzo não faria sucesso, eu nem ia ouvir falar de Francis Ford Copolla, Marlon Brando sei lá onde estaria, o melhor filme de todos os tempos não surgiria e, principalmente, Michael Kyle não seria o pai mais engraçado dos seriados norte-americanos. Salve, ó máfia!

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Sobre a feirante

"Você viu as unhas da mulher vendendo alface? Ela disse que é ela mesma que planta. Deve plantar em baixo das unhas. Você viu a quantidade de terra que tinha lá? Uma horta móvel".

- Caraminholas do senhor meu pai.

domingo, 11 de janeiro de 2009

O bem

E a mãe beijou a cabeça do filho, cabecinha essa que deu trabalho nos últimos dias, devido ao tratamento contra a pediculose.
- Mãe, acho que a senhora beijou um piolho.
- Temos de ser amorosos com todos os seres, filho. Faça o bem, não importa a quem.
Depois, a mãe foi pegar o Escabin e o pente fino. Afinal, ela tinha um assassinato em série para executar.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Sobre a Dipirona Sódica


"Entendi o princípio ativo desse remédio. Eu fico inteiro com esse gosto e o bicho vai embora, não me agüenta".

Mais uma do pai filósofo.

sábado, 3 de janeiro de 2009

A onça

Se eu dissesse que é história de pescador, seria mentira. Porque de pescador ele não tem nada, mesmo morando na beira do mar. Só se for pescador de caixa d'água, já que ele passa o dia todo fiscalizando as caixas no morro. E essa história está deixando o povo meio abobalhado, nervoso. Quando falam sobre o assunto, é baixinho, quase cochichando, pra não assustar turista que vem pegar sol na praia. É que o Joãozinho deu pra espalhar pelo bairro que tem onça rondando o morro. Ele tem absoluta certeza, porque viu a pegada da bichana perto de uma caixa d'água. Tem gente se perguntando se ele sabe diferenciara pegada de onça da de uma de cachorro grande. Sua convicção aumentou mais ainda depois que a sua cachorrinha sumiu - foi a onça, com certeza.
O povo lá de baixo não pára de comentar e, no meio de uma conversa sobre eucaliptos, carvão e aneloi (demorei pra entender que era Nelore), a tal da onça surgiu. Alguns dizem que é pequena, outros, grande. Mas na verdade verdadeira, ninguém viu a fuça da bicha. Nem mesmo o povo que tem casa no morro, como eu. E para desacreditar toda essa conversa, a tal da cachorrinha sumida apareceu, toda suja, mas inteirinha, com todos os pêlos no corpo. Se fosse onça mesmo, garanto que estaria faltando um pedacinho, a não ser que a bicha quisesse companhia no Natal.
Essa história deve ser resultado do cérebro do Joãozinho, meio cozido de tanta cachaça. Se a onça quis companhia no natal, é bem possível que ela queira também no Ano Novo, para ver os fogos. Agora temos que ficar espertos, pra pegar o bicho no pulo.
(Ubatuba, 27 de dezembro de 2008)

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Pé de pé


Pé peludo, pé pelado
Pé liso ou rachado
Pé de pescador, arreganhado
Pé de pedreiro, encasqueado
Pé de terno, encravado
Pé de fresco, arrumado
Pé de branco, pé chegado
Pé de negro, esbranqueado
e pé de índio é pé folgado.
Pé que sai do chão
planta rente ao solo
É pé que expressa opinião:
de caboclo, carpinteiro,
doutor ou engenheiro.
É pé que diz:
"Meu povo é brasileiro",
Com orgulho e satisfação.
Pé que conhece a secura do sertão
ou o desespero da enchente
Pé que planta gente
que planta pé de cana
que cedo tira o pé da cama
e sai estrada a fora.
Pé que não se demora,
que samba ou chuta bola.
Pé que marca compasso
dos pampas ao cangaço
do povo a festança
que melhor do que ninguém,
planta pé de esperança.