domingo, 19 de outubro de 2008

Brincadeira de criança

É comum ouvirmos de nossos pais que não tivemos infância. Porque a vida na roça era mais saudável, mais divertida e exercitava mais a imaginação. Mas eu acho que nos saímos muito bem. Fiz uma lista das brincadeiras oriundas do interiorr que podem ser substituídas por crianças da cidade e garantem a diversão.

● Subir na pilha de serragem: Bem, se a criança não tem a sorte de possuir como vizinho um marceneiro, a solução é a pilha de pedras da construção da vez na rua. Quem não gosta de ouvir o barulho das pedrinhas se esparramando por debaixo dos pés?
● Piquenique no meio do campão com direito a galinhada: É, na cidade não existem mais os campões de se perder de vista, mas a gente se virava com um piquenique no jardim, na pracinha ou na sala de estar. Porque a graça da coisa é preparar tudo e por na cesta e comer na toalha xadrez.
● Acampar com os tios: Com a correria dos centros urbanos, levar os sobrinhos para acampar na roça ficou mais difícil. A solução encontrada foi montar a barraca com lençóis na mesa de jantar e usar como fogueira um abajur ou lanterna. A aventura é menos perigosa e nos livra dos pernilongos. O ruim é que depois ninguém quer arrumar a bagunça.
● Brincar de letx: Esse termo pode soar estranho, mas é para os gauchinhos o nosso famoso pega-pega. Segundo meus pais, o de hoje não tem mais graça. O divertido era pegar o menino ou a menina de quem se estava gostando e isso causava aqueles risinhos bobos de gente apaixonada. Inocência é tudo.
● Tomar banho de chuva: Tomar banho de chuva era deslizar pelas poças de lama dos campos e sair correndo pelos potreiros. Mas não tivemos tanto espaço assim. A solução foi se molhar debaixo da goteira ou colocar o balde pra encher pela chuva e jogar um no outro. Na falta de chuva, podia ser mangueira ou bexiga cheia de água. O importante é se molhar.

Não posso dar razão a meus pais. Eu não tive árvore pra subir ou campão, mas caí muito de bicicleta, joguei vôlei na rua e ralei muito o dedão do pé. Sem dúvida, eu me diverti muito, muito mesmo. ;D

sábado, 18 de outubro de 2008

Coisas e nomes

Segundo o Mike, aquela bolinha verde, o “zoiudinho da mamãe” do filme Monstros SA, quando a gente dá nome as coisas, começa a se apegar. E descobri que isso é verdade. Tenho uma amiga que põem nome em tudo: seu computador de chama Lilith, sua borracha de elefante se chama Efalante, seu All Star se chama Belzinha e ela até quis pôr nome na bombinha de asma da Aninha. Mas o que realmente me fez pensar que colocar nomes nas coisas cria o sentimento de afeição, foi uma invenção da minha irmã. Ela tem uma pinta no couro cabeludo, logo acima da orelha e resolveu batizá-la de Vilma. Até aí tudo bem. Mas a coisa veio parar em mim. Tenho sardas no rosto, nos cotovelos, nos joelhos... São dezenas, centenas, milhares... E decidimos batizá-las também a exemplo da Vilma. E a regra é a seguinte: todos os nomes devem começar com V. Então surgiram: Valeusca, Valmir, Vilmar, Valéria, Vanda, Viviane, Verônica, Valdomiro, Vera, Vivian... e a Vanessinha. Vanessinha foi assim batizada, pois é uma das que mais aparecem no meu rosto, é fácil notá-la. Segundo o Malcelo, o criador do nome, ela é safada*. E um dia ela meio que sumiu, assim, por mágica.

-Cadê a Vanessinha?
-Ah... saiu com o Vandão... Não tem hora pra voltar...

~*~

- Eu vi a Vanessinha ontem com o Marcão.
- Marcão?? Epaa, mas é tudo nome com V!
- Então ela fez intercâmbio, ou ele, sei lá... Sabe que a Vanessinha é safada...

E assim vai. E a gente se apega. Porque a dois anos atrás eu seria totalmente a favor de tirar as minhas sardas. Mas agora é impossível. Imagina! Deixar a Vanessinha, o Valmir, a Vera e o Vandão sem lar? Não dá mais não.

*Nota: Se alguém que estiver lendo se chama Vanessa, tirem a história a limpo com o Malcelo. Isso não é coisa minha. ;D

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

MaluCÃO

Eu não sei que festa isso vai virar, mas aqui estou, postando pela primeira vez. E só estou fazendo isso porque tive a aprovação de duas pessoas realmente importantes pra mim. [Devo falar o nome? Acho melhor não...] Descobri que escrever realmente faz bem, Sarinha tem razão. E escrever bobeira é melhor ainda. Então, aí vai a primeiríssima. ;D


MaluCÃO

Você está fazendo oito anos e, conseqüentemente, oito anos de chatice e incomodo. É... Tranqueira, pensa que eu esqueci? Já no primeiro dia em casa, me fez o favor de fazer cocô e xixi na sala. Ah, dá licença, vai!
E toda aquela cena pela toalha do café? Todo dia de manhã espera pacientemente a toalha ser abanada no quintal para comer os farelos de pão (Tá, não é tão pacientemente assim, mas tem que causar boa impressão, né?).
E sim, eu faço que não vejo a sua tremedeira de frio. E só lembro que você quer pôr roupa quando começa a rosnar e latir na frente da porta dos fundos (o que é usado também para dizer: “Não tem ração no meu pote” ou então “Abra a porta porque eu quero sair”). E tudo isso causa uma confusão danada. Nunca pensou em latir na frente de outra porta não? Só para variar... Eu também sei que você prefere arroz e feijão a ração ‘para raças pequenas’. Mas funciona do mesmo modo que das crianças: ‘Tem que comer vegetais porque é o melhor para a saúde”. Só que você é birrenta e cabeça dura feito criança também.
No carro é o cúmulo da folga. Necessita ficar na janela com o vidro aberto, para sentir o vento nos bigodes e não está nem aí para a bagunça que vira o meu cabelo [tsc tsc tsc]. E sei que você sente uma alegria incrível ao cultivar esse fedor corporal... Mas convenhamos, um banho de vez em quando é necessário.
Eu queria saber, qual é a graça de morder a panturrilha das pessoas? O que as torna tão irresistíveis? E por que você só morde a panturrilha de homens? [Hum... sei...]
Bem, vou parando por aqui. Está quase na hora de colocar você nos fundos para dormir. E nada de uivar na janela do meu quarto caso eu decida dormir até as nove.
-Pump! Pro fundo cachorrinho!

Te amo coisa preta, simplesmente isso.